2015 é um ano de celebração para o
Conjunto Etnográfico de Moldes. A cerimónia comemorativa dos 70 anos prevê uma
homenagem ao Professor Fernando Miranda, líder carismático e impulsionador do
grupo na década de 1960, e o lançamento do mais recente trabalho discográfico
do Rancho de Moldes “A Serra a cantar e a dançar”. Os momentos culturais serão
assegurados pelo Conjunto Etnográfico de Moldes e as Vozes de Manhouce. A
sessão terá lugar no próximo dia 12 de Dezembro, a partir das 21:30, na Loja
Interactiva de Turismo de Arouca.
Para a direcção do Conjunto Etnográfico
de Moldes, a homenagem e o lançamento do CD reflectem a importância de se
preservar o passado para se garantir o futuro. “Com esta cerimónia pretendemos
marcar uma data que é significativa, e que são os 70 anos. E fazemo-lo de uma
forma que julgamos ser a mais correta. Por um lado, olhando para o passado,
identificando e homenageando quem deu um largo contributo ao grupo e, neste
caso, o Prof. Fernando Miranda. Por outro lado, pretendemos também olhar para o
futuro, acautelando os desafios que se impõem ao associativismo mas, acima de
tudo, deixar um legado às gerações futuras. É o que pretendemos com a gravação
do CD que compila tanto as danças como a polifonia que vêm sendo salvaguardadas
pelo Conjunto Etnográfico de Moldes ao longo das suas sete décadas de trabalho”,
afirmou fonte da direcção.
Fundado em 1945, o Conjunto Etnográfico
tem vindo a desenvolver um trabalho significativo na defesa da cultura popular,
visível no conjunto diversificado de projectos desenvolvidos. As publicações
editadas, como a «Rurália», a organização de espaços de debate e reflexão sobre
a ruralidade e suas perspectivas de desenvolvimento, e a organização de eventos
como o Festival Internacional de Folclore de Arouca, conferiram ao grupo um
papel sempre activo no trilho da preservação do património e da cultura
popular.
Ao longo de sete décadas de actividade muitas
foram as gerações que passaram pelo Conjunto Etnográfico de Moldes e cada uma
assegurou, com o melhor desempenho e face aos condicionalismos do seu tempo, a
sua continuidade. Mudanças tão significativas como a mudança de regime
político, da ditadura do Estado Novo para a democracia, a projecção das
identidades locais face a fenómenos como a globalização, as constantes
transformações da estrutura socioeconómica e cultural da sociedade portuguesa
ao longo dos tempos foram desafios que não inviabilizaram o funcionamento do
grupo por um período tão alargado de tempo.
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