Um workshop de
folclore, uma noite gastronómica, um desfile etnográfico e o espectáculo de
encerramento voltaram a colocar, de 12 a 15 de Agosto, o foco na cultura
popular. A novidade da 33.ª edição do Festival Internacional de Folclore de
Arouca é a exposição que dá a conhecer os 70 anos do Rancho de Moldes, os seus
projectos e protagonistas.
A cultura popular portuguesa e o
folclore internacional voltaram a estar em destaque entre os dias 12 e 15 de
Agosto. O XXXIII Festival Internacional de Folclore de Arouca, organizado pelo
Conjunto Etnográfico de Moldes de Danças e Corais Arouquenses, assinalou os 70
anos de actividade do Rancho de Moldes
e a dimensão internacional foi assegurada pelo grupo moçambicano Xipane-Pane.


Seguiu-se na quinta-feira o Espectáculo
e Workshop de Dança na Praça Brandão
de Vasconcelos, com a presença do Conjunto Etnográfico de Moldes, do Grupo
Folclórico da Casa do Povo de Válega (Ovar) e o Grupo Folclórico da Casa do
Povo de Santo Espírito (Ilha de Santa Maria, Açores). Nesta noite, o público despiu-se
do seu papel de mero observador e experimentou danças da serra com o grupo de
Moldes e do mar com o grupo de Ovar. Com o grupo da Casa do Povo de Santo
Espírito ecoaram os sons e movimentos da Sapateia e Chamarrita dos Açores.
A Noite Gastronómica decorreu na
sexta-feira, dia 14 de Agosto, e reuniu à mesa os apreciadores da boa mesa e os
pratos típicos de Arouca, Açores e Moçambique. Destaque para os ovos mexidos
com chouriça de vinho, o frango da tasca e a mandioca frita, bem como para as
tradicionais sopas de Espírito Santo, para a matapa de camarão e os rojões com
castanhas. Como sobremesa não faltou o leite-creme, a aletria e a mousse de côco
de Moçambique e biscoitos dos Açores. Este jantar multicultural foi acompanhado
pela música tradicional (ao vivo) de Moçambique, Arouca e Açores.
No sábado à tarde, os grupos convidados
foram solenemente recebidos nos Paços do Concelho pelo Presidente da Câmara,
Artur Neves. Seguiu-se o desfile etnográfico pelas ruas da vila que terminou na
Praça Brandão de Vasconcelos com uma pequena demonstração do grupo moçambicano.


Fonte da direcção do Conjunto
Etnográfico de Moldes afirmou que apesar de alguns contratempos e da chuva que
caiu na noite de sábado, o balanço do festival é bastante positivo. “O facto de
ficarmos a saber a pouco menos de uma semana do arranque do festival, que o
grupo turco Yıldırım Belediyesi
Halkdansları Grubu, por razões
burocráticas, não viria até Arouca, obrigou-nos a uma reestruturação da
programação prevista. Uma reestruturação bem conseguida graças à experiência
acumulada em edições anteriores”.
A direcção mostrou-se, ainda, muito
satisfeita pela capacidade de mobilização dos elementos do grupo e de outros
colaboradores que, de forma voluntária, asseguraram a organização de todo o
evento, salientando que o mesmo “implica uma logística muito significativa”.
“Além de assinalarmos os setenta anos
de actividade do Conjunto Etnográfico de Moldes, conseguimos manter, como tem
sido hábito, uma programação diversificada, e fazer com que durante quatro dias
o património, a cultura popular, a tradição e os saberes do povo fossem os
protagonistas”, concluiu.
Fotografias de Avelino Vieira